Conto para as aulas de literatura: Um dia pavoroso

Ler é... abrir a mente, esvaziar-se de si na busca pelo novo.

Olá caríssimos aspirantes, é um prazer te-los aqui! Hoje trago a vocês um conto que trata do encontro improvável de um pavão, um ornitorrinco e um cisne. Escrever nos da liberdade de criar os mais diversos personagens nas mais adversas situações.

Espero que gostem da história, pois a fiz com muito carinho e, que aprendam o que ela tem a ensinar.

Um dia pavoroso

Conta- se um conto que, certo dia Pavonildo o “pavão orgulhoso” andava todo garboso pelos cantos da fazenda, com sua plumagem brilhante azul resplandecente e verde cintilante, chamava atenção por onde passava e ouvia o murmúrio dos animais que diziam; “que belas plumas” e outros falavam “que lindo seu caminhar”

Pavonildo em silêncio, consigo pensava que sua beleza era obvia e que esses elogios eram nada comparado a ela.

Neste mesmo dia, ao chegar próximo ao arroio que passava na fazenda avistou uma figura um tanto quanto pitoresca que o olhava assustado, era um ser estranho que ele jamais tinha visto meio pato meio gato, com plumagem ou penugens? Decidiu não perguntar, foi então se afastando e ouviu a voz do tal animal a o chamar.

- Boa tarde Sr. peru! Poderia me dar uma informação? Estou perdido pois não sou dessa região, também tenho fome e gostaria de um lugar para ficar e esticar minha calda para assim minha jornada continuar.

Pavonildo não conseguiu esconder a cólera por ser chamado de peru, como aquele animal poderia compara-lo a isso e não conhecer sua fama e sua beleza, como ele não sabia que os pavões são umas das aves ou, a mais bela espécie de ave que existe e, que sua espécie os machos, assim como ele, são os únicos que têm penas ornamentais sem falar que estas cobrem mais de 60% sessenta por cento de seu corpo fazendo com que as fêmeas caiam de amores por ele(s), sem falar que também são capazes de produzirem mais de 11 onze sons diferentes, depois dessa afronta, resolveu que o silêncio seria a melhor resposta. Quando estava saindo, mais uma vez o animal o chamou;

- Ei! Sr. Peru, está me ouvindo?

- Em primeiro lugar não sou Sr, sou jovem adulto tenho apenas 3 três anos, em segundo lugar não sou um “PERU” sou um belo e garboso pavão, ajuda-lo vai contra minha espécie, pois não me misturo com “gentalhas” muito me admira que não me conheças, pois, minha beleza é famosa por toda a região, sou único! Já você cujo aspecto ou aparência é desagradável aos olhos, nem sou capaz de defini-lo e, olha que sou uma das aves mais espertas.

- Peço desculpa meu amigo, não quis ser inconveniente ou ofender você, deixe eu me apresentar, me chamo Rinco o ornitorrinco e como estava dizendo, tenho fome e estou cansado poderia me ajudar? Claro se for de seu agrado!

Nei o cisne que passava por ali, muito curioso e, gostava de esticar seu longo pescoço para ouvir as conversas, parou e perguntou;

- Pavonildo quem é seu amigo?

- Não é meu amigo e nunca será! Fale você mesmo com ele, tenho mais o que fazer a perder meu tempo com animais inferiores assim como vocês.

Dando as costas para ambos, Pavonildo saiu sem hesitar e ao longe viam suas belas plumas que brilhavam com a luz do sol, cisne que já estava acostumado com a presunção do pavão disse para seu novo amigo;

- Não se incomode com ele Rinco, por ser único na região ele se acha melhor que todos.

- Triste pensar que existe animais assim, mas como sabe meu nome? Perguntou Rinco.

- Não pude deixar de ouvir vocês conversando, sei também que não é da região e procura um lugar para descansar e comer, venha! Vou leva-lo para um lugar onde possa amenizar a fadiga e ingerir algum alimento.

Seguiram então, Rinco e Nei para comer, descansar e conversar. Chegando ao local alimentaram-se e cisne falou;

- Aposto que está com fome, vamos coma e descanse, mas me diga, o que traz você até essa região?

- Obrigado pelo alimento e agradeço a preocupação, estou à procura de um objeto, fui incumbido de acha-lo, mas gostaria de não falar sobre isso porque percebo que por aqui não está.

- Certo, não vou chateá-lo com isso, afinal não é da minha conta, enfim... (continuou cisne) meu amigo, gostaria de pedir que retribuísse minha generosidade em forma de uma ajudinha e ao mesmo tempo darmos uma lição naquele que tanto nos desprezou com sua soberba, a gerações de pavões vem nos humilhando desde quando meu avô era dessa fazenda foi chamado de “patinho feio” e por anos, estamos sendo denegridos, temos que dar um basta nisso!

- Agradeço pelo alimento e descaço, mas se fez isso pensando em tirar proveito e seguir com sua vingança e aplacar sua ira, por não saber lidar com seus traumas e problemas, sinto muito, mas não poderei ajuda-lo pois vai contra meus princípios e valores, um dia a vida vai ensinar a ele a não menosprezar ninguém pelo o que aparenta e sim ver o valor de cada um, com suas peculiaridades.

Nei o cisne, não gostou nada da forma que seu “hospede” havia falado com ele, afinal depois dele ter feito tudo recebe isso como pagamento, mas achou melhor não revidar, pois por mais que seu amigo parecesse inofensivo tinha uma arma poderosa em suas patas traseiras, um veneno que era capaz de mata-lo fora que apesar de não ter dentes seu bico era muito forte, sem contar a calda.

- Tudo bem meu amigo, você está certo, vamos ver se o tempo dará um basta a essa impunidade.

- Mais uma vez grato e acredito que está na hora de seguir meu caminho.

Ao seguir seu rumo deparou-se com uma imensa confusão as margens do córrego e ao longe viu pavão sendo levado pelas águas, infelizmente sua beleza não poderia salva-lo nesse momento e todos que o elogiavam agora riam da situação que se encontrava. Arriscando-se nadando com maior velocidade desviando de alguns obstáculos e com ímpeto de ajudar Pavonildo Rinco chega próximo e grita!

- Pavonildo! Agarre minha calda com maxixo de força que puder que o levarei para as margens.

- Jamais colocarei meu lindo bico nessa calda suja e horrenda, não perderei meu prestígio perante meus amigos, prefiro a morte!

- Não deixe seu orgulho falar mais alto que sua razão, se fossem seus amigos estariam te ajudando e não rindo, a opinião de seus amigos não vale mais que sua vida, venha! Pegue minha calda ela não está suja.

As margens do córrego, cisne olhava atento e ao lembrar-se das palavras que seu novo amigo falou para ele a minutos atrás, pulou na água para ajudá-lo no resgate, empurrando pavonildo que já estava grudado na calda de Rinco conseguiram colocá-lo a margem, os animais olharam espantados o que acabara de acontecer e ficaram surpresos com as formas de Rinco que, ao ver que todos estavam bem, ia seguindo seu caminho, até que Pavonildo falou:

- Rinco espere! Mesmo depois de tê-lo humilhado e ter dado mais importância a beleza e falsas amizades, junto com cisne, me salvou da morte, a lição que hoje aprendi é mais bela que qualquer animal ou planta que possa ser visto ou tocado, diga! O que posso fazer para retribuir-te?

-Nada meu amigo, pois suas palavras e a atitude de Nei já são o pagamento, continuem em paz que eu tenho uma jornada e uma missão a cumprir.

-Espere! (disse Pavonildo) leve com sigo essa pena de minha calda, um dia poderá ser útil.

E seguindo seu caminho e com uma pena de pavão lá foi Rinco o ornitorrinco em sua tão secreta missão que ao passar viu ao longe um gato observando tudo, mas não parecia estar olhando para ele, ou para o ocorrido seu olhar era para floresta, um olhar firme e centrado, focado em um animal, seria um cão ou outro gato e o que aquele animal levava com sigo?

Bom! Isso já é outra história, paz a todos e até a próxima!