Um resumo da obra ¨Opção pelo Homeschooling¨ de Fausto Zamboni. No homeschooling os pais, além de proverem material e emocionalmente os filhos, assumem a responsabilidade por sua educação. A melhor educação é aquela que leva as pessoas a finalidade humana, que de acordo com Aristóteles, é a felicidade, porém as pessoas buscam a felicidade nos meios, e não nos fins. O que nos distingue como humanos é a possibilidade da busca pela verdade, e é aí que reside a plena realização humana e é aí que está também a melhor educação possível.
O livro se propõe a considerar as circunstâncias da realidade escolar, tratar da educação domiciliar citando suas vantagens e mitos para finalmente elencar alguns elementos importantes do método.
Panorama da situação escolar no Brasil
O autor cita vários dados para expor a situação da educação escolar. De acordo com o SAEB, apenas 1.6% dos estudantes brasileiros no ensino médio, depois de 12 anos de educação escolar, são capazes de leitura. Ou seja, em cada cem alunos, não encontramos dois que não sejam analfabetos funcionais. Diferente do que se espera, quanto mais tempo uma pessoa fica na escola no Brasil, menos inteligente ela fica, pois de acordo com as pesquisas do Inep, 9% dos alunos de nono ano são capazes de ler e interpretar textos. Mesmo pessoas com curso superior ou professores também tem altas taxas de analfabetismo funciona. O problema não é investimento, pois de 2000 a 2008 aumentou-se em 121% o dinheiro investido por aluno, porém houve um acentuado declínio na qualidade deste. Em especial na educação primeira e secundário, o Brasil está entre os sete países que mais investem em reação ao seu PIB, e em valores brutos, o Brasil ocupa a quarta posição. Apesar do aumento de gastos, a qualidade do ensino não acompanhou, o que não acontece, por exemplo, com investimentos em tecnologia, nessa a relação de quantidade de dinheiro investido e aumento da qualidade é clara.
Elementos externos a educação também são importantes nessa análise. A violência na escola, por exemplo, é um elemento frequente. O Brasil é o campo mundial, segundo a OCDE em violência contra professores, 84% deles já a vivenciaram em sala. As escolas são hoje a principal arma do crime organizado para viciar e recrutar pessoas. O problema da intolerância e manipulação política por parte dos professores também é muito presente. Quem conhece as escolas de dentro, ou mesmo lê essas pesquisas, percebem que a educação "publica, gratuita e de qualidade" é um sonho distante.
Análise das circunstâncias distantes
A educação pública é algo recente na história humana. A educação sempre existiu, mas as escolas para sobreviverem, tinha que ter um público que pagasse pelo seu serviço, sendo assim, ele teria que ser de qualidade e dar frutos. O princípio dessa mudança se deu na época da Revolução Francesa, onde os revolucionários perceberam que só mudariam a mentalidade das pessoas se essa luta começasse desde cedo, pois as crianças são mais influenciadas que os adultos, eles também destruíram igrejas, que na época comandavam a grande maioria das escolas. Na mesma época na Prússia foram abolidas as escolas particulares e instituído um exame nacional, tal qual o ENEM, com certificação do estado para professores. Mesmo as poucas escolas particulares permitidas só funcionavam sob o regimento do estado. Esse movimento na Prússia deu seus primeiros passos logo após a reforma protestante. Em alguns locais, a tentativa do estado de estatizar a educação não foi aceita pelos moradores, como em Massachussets nos Estados Unidos.
Existe, a partir do século XX, uma guerra declarada para a homogeneização dos pensamentos. Bertrand Russel, prêmio Nobel, cita a importância dessa para uma ameaçam de guerra nuclear, para o melhor controle em um eventual problema global. Programas financiados pelos Rockfeller e mesmo na União Soviética com os estudos de Pavlov sobre comportamento estão sendo usados para controlar pessoas. Publicações da Unesco a partir da década de 60 discutem a aplicação dessas técnicas na educação em escala internacional.
A implementação da hegemonia marxista na educação
Desde sempre, os marxistas dizem que o capitalismo, com ajuda da família, igreja e instituições privadas, aliena os trabalhadores e impedem a revolução. Sendo assim, apenas uma destruição da cultura atual faria as pessoas acordarem para a busca utópica do comunismo. A própria noção de autoridade, tão importante no mundo capitalista e que deriva da existência da família, deve ser destruída, para isso, apenas com o fim da família e seus relacionamentos de 1ª ordem (ou seja, aqueles que as pessoas são insubstituíveis) a sociedade sem classe pode surgir. Essas ações destruidoras devem ser feitas apesar do que as pessoas queiram, pois elas, para o autor comunista, não sabem o que querem.
A expansão e unificação dos sistemas educacionais
No governo FHC foi criado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que ficaram em vigor até que no governo Dilma, uma tomada mais completa da educação, sob o lema "Brasil Pátria Educadora" ocorreu, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esse define os conteúdos de cada ano na escola, segundo pressupostos marxista, de ideologia de gênero, ambientalismo, e todas essas pautas de esquerda. De acordo com a própria BNCC "não é justo que tenham diferenças no currículo de escolas públicas e particulares" novamente prezando pela padronização do ensino.
Constitucionalmente falando ela falha, pois de acordo com o art.210 "serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental", porém a BNCC, propõe que ela seja o norte, ou seja, defina o máximo possível dos conteúdos ministrados. Apesar do governo dizer que mais de 12 milhões de contribuições terem ocorrido para a criança do BNCC, sua construção demorou apenas um ano, enquanto essas mudanças em outros países normalmente duram mais uma década para serem propostas.
Seu viés esquerdista nas matérias de humanas não precisam ser novamente citadas. Em gramática essa proposta presa pelas expressões identitárias, ou seja, a linguagem formal está sendo negligenciada, tirando a oportunidade do aluno de baixa renda acender socialmente. De acordo com a BNCC, a escola deve "incentivar, prever e promover a participação política significativa em alguma instancia ou canal de comunicação" claramente induzindo a militância. Mesmo em exatas o esquerdismo não para, citando que devem se "propor ou participar de ações para investigar de ações para investir desafios do mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis, com base na análise de problemas sociais". Finalmente, a BNCC deixa completamente de lado qualquer conhecimento de tradição ou religião, sempre colocando argumentos cientificistas.
O moderno movimento do homeschooling
A educação domiciliar sofreu um duro impacto a partir do século XIX. Mas na década de 50 volta com força nos Estados Unidos. Em vários países do mundo ela é totalmente permitida, e em outros, como o Brasil sofre certas censuras, mas não é de todo proibida. Em especial na última década, o homeschooling aumentou cerca de 2100%.
Razões para adotar o homeschooling
Mesmo a declaração dos direitos humanos dizendo que os pais têm o direito de escolher o tipo de instrução dos filhos, muitos lutam contra isso. Não é o que o estado quer desde que começou a atuar na educação, além disso, numa sala de aula o professor se vê, por vários motivos, obrigado a nivelar a turma por baixo, podando potenciais do aluno e uniformizando a todos. O aluno se vê preso a pessoas da mesma idade, num ambiente infantil onde perdem todas as benesses de aprender com os mais velhos. O ambiente mais humano e adequado para a educação é a família, justamente porque cada membro nela é insubstituível, diferente de uma sala de aula onde a saída de um aluno não causa maiores problemas.
As escolas, em geral nos lugares mais pobres, têm menos qualidade, o que leva em certos lugares a um aumento exponencial do homeschooling. Esse método de ensino então, além de tudo, serve para aumentar os laços familiares, numa época em que a família está sendo muito atacada isso se mostra uma bela arma.
Crianças com dificuldades cognitivas mostram-se um desafio para um professor em sala de aula, onde deve lidar com mais de 40 alunos e dar uma dedicação especial a esta, homeschooling nessas condições, em situações de pais que viajam muito e crianças com problemas de saúde sérios se mostra quase que a única opção viável.
Mitos mais comuns acerca do homeschooling
Quanto mais se fala de "diversidade" de pensamento (o que sabemos ser um eufemismo para a censura de quem não concorda com você) mais se ataca a família, e colocasse a obrigação nas crianças de moldar suas concepções sociais aprendidas em casa em favor de uma agenda progressista, quase que criminalizando a cultura cristão por exemplo. Com a educação em casa esse tipo de violência pode ser impedido.
Talvez o tema mais atacado contra o homeschooling é a socialização deficiente das crianças que o praticam. Estudos mostram que isso é uma falácia. Em especial, essas crianças se mostram mais sociáveis, uma vez que não conversam apenas com aqueles da sua idade, além de serem menos conformistas e dependentes da aprovação dos pares, elemento fundamental para a mudança de personalidade de uma criança na adolescência, normalmente levando-a a comportamentos pouco saudáveis.
É citado que a escola ajuda a reduzir o número de abusos infantis em casa. Deixa-se de lado que boa parte dos abusos ocorrem em escolas. Em especial os casos de abusos em casa em que o pai biológico é quem cuida das crianças é quase irrisório. Pessoas sociáveis e importantes como Thomas Edison, Albert Einstein e mesmo Justin Bieber foram educados em homeschooling. Pesquisas recentes mostram que estados americanos onde o homeschooling é mais promovido, os alunos têm melhores resultados nas provas.
Homeschooling e educação superior: o desempenho em colleges
Nas faculdades americanas, aqueles que estudaram em casa também mostram resultados melhores e níveis de socialização normais.
Especialistas em educação infantil
A decisão de adotar o homeschooling
Devido a todos os problemas escolares e a falta de liberdade de abrir um colégio no Brasil, devido as várias regulações do MEC, a educação domiciliar se mostra uma ferramenta necessária, mesmo para que se cumpra o que está na constituição. O estado está proibido constitucionalmente de intervir na família, no que concerne as suas tradições, credos, forma e conteúdo do que se ensina.
Existem leis que tratam do abandono intelectual de menor. O pai que permite isso pode ser preso de 15 dias a um mês ou receber uma multa. Ocorre que isso não significa que o homeschooling é proibido, não matricular o aluno num colégio mas ensina-lo em casa não caracteriza abandono intelectual.
De um modo geral, quem fica responsável pela educação da criança é a mãe. Isso pode ajudá-la a não se sentir mal por estar fora do mercado de trabalho. Essas mães normalmente têm mais filhos, por isso precisam de um apoio pedagógico que pode ser dado pela internet, onde não faltam materiais para auxilia-la nessa empreitada.
Abordagem educativa
Existem vários métodos de ensino, como a abordagem por descoberta, onde se busca ensinar a criança por temas que ela gosta, por exemplo, se a criança é fã de futebol, ensinar os conceitos de movimento da física por meio desse esporte.
A educação clássica, onde o fundamento é o Trivium, é uma técnica que deu frutos desde a antiguidade. Nessa o aluno aprende por meio de textos e livros clássicos, que deverão ser nivelados em função da capacidade intelectual da criança. É bom evitar livros adaptadas para as crianças, mas sim adaptar as crianças as obras consagradas. Enquanto uma criança aprende esse conteúdo mais complexo, as menores podem brincar com brinquedos educativos, como o Lego, ou fazerem pinturas, atividades que não precisam de uma extrema concentração, uma vez que é possível que a mãe esteja ocupada com o filho mais velho. Crianças desmotivadas normalmente são levadas para a frente de uma tela, isso deve ser evitado para não criar uma espécie de vício. Com menos alunos, o professor tem a capacidade de perceber melhor as aptidões e dificuldades destes, sendo assim, quando o professor de homeschooling perceber que a criança está desmotivada por uma matéria ser muito fácil, ele deve aumentar a dificuldade até chegar no nível de desafio, e diminuir quando o aluno se mostrar com problemas de compreensão.
Conclusão
"Normalmente, quando se ataca o homeschooling em favor da educação escolar, não há uma confrontação de fatos: são louvadas as virtudes ideias da escola e, em contrapartida, os presumíveis problemas da educação familiar, sem levar em conta a situação real da educação escolar. Conteúdo, assim como a constatação que muitas escolas oferecem um péssimo ambiente e uma péssima educação não justifica a proibição da educação escolar, a conjectura de que as famílias poderiam dar uma educação inadequada não torna ilegítima a educação familiar.
Se o governo instituísse imprensa estatal, todos achariam um horror, porém ele faz isso com a educação (obrigando determinados conteúdos e métodos) e ninguém parece se importar muito. A escola é apenas um meio, que só tem valor quando alcança seu fim.
A escola se mostra o melhor local para o aprendizado pois as pessoas têm relações de primeira ordem, insubstituíveis. Essas relações familiares, por meio da cristianização, levaram simulacros desses relacionamentos para outras áreas da sociedade, como nas empresas. Os relacionamentos de amizade, segundo Aristóteles, existem por interesse, por prazer e por virtude, buscando-se o ultimo como o ideal, é o que se espera num ambiente educativo, por mais que o estado totalitário hoje tente destruir essa base para a sociedade que é a família, elementos como a educação domiciliar são uma vela nessa escuridão.