Estudar um idioma é mergulhar na Cultura de uma nação, compreender seus costumes, suas expressões e sua maneira de ver a vida.
Quando nos dedicamos a estudar uma nova língua não basta falar bem, é preciso compreender como aquela nação vê o mundo, viver como eles vivem e sentir como eles sentem, pois cada palavra, cada gesto, cada movimento, pode fazer muita diferença na relação entre nós e nossos amigos estrangeiros.
Não preciso ir muito longe para explicar que o estilo de vida japonês, por exemplo, é bem diferente do nosso. Eu treinei karatê por mais de 15 anos em uma academia tradicional de São Paulo. No começo foi bem complicado me acostumar com o fato de que em raras, muito raras vezes, meu Sensei me permitia uma aproximação similar àquela que nos permitimos no Brasil, como um simples aperto de mão ou declinar a um convite. Ele preferia de fato, somente que eu fizesse uma discreta reverência. Dizer não era pedir para ofendê-lo, então, aprendi que dizer não em japonês significava fazê-lo indiretamente e com polidez, com respeito e apoiado em uma desculpa aceitável.
Na experiência que tive com os familiares da minha ex-mulher, alemães, senti na pele o peso da pontualidade, quando após chegar aproximadamente 10 minutos atrasado para um compromisso, ele ficaram bem chateados e me disseram: " Oito e meia são oito e meia, não oito e dez." Pasmem, isso faz diferença para eles! - Completaram: "Você tem celular, então por que não nos avisou que se atrasaria?"
Por essas e outras eu sempre aconselho: estude a Cultura e não somente a língua (o idioma).