Decorri, ao longo da obra, sobre os aspectos estoicos e da moderação enquanto uma das bases sólidas do método proposto para com nossas crianças. Fomentar o início da vida como um processo, não como um "start" (uma causa primeira, um primeiro motor, um projetista, arquiteto ou qualquer outra categoria do antropos e do trabalho alienado) é o ponto mais fundamental deste livro.
A educação já perdeu tempo demais afirmando a existência da vida por vias primitivas da antropologia reversa (ou religião), colocando o ser humano como o centro do problema da existência ou como base do universo e é justamente aqui que desejo realizar o link entre os elementos do estoicismo (principalmente da moderação e aceitação de si) com a condição astronômica do real. O início da vida não foi um suspiro, uma fala ou um ato - o "início" foi o início de um processo, culminado por bilhões de anos em complexas relações envolvendo as matérias:
Química
A formação do hidrogênio e a transformação deste em outros elementos através da fusão nuclear e a explosão de estrelas, levando seus elementos para outras partes do cosmo e fazendo surgir outras estrelas de outras composições químicas.
Biologia
Dos organismos unicelulares até os mais complexos pluri ou multicelulares, as relações simbióticas de parasitas antigos com outros seres e animais, a formação da coluna e dos seres bípedes, a ancestralidade dos nossos comuns com os macacos, orangotangos etc.
Física
E suas leis regentes que, em movimento, realizaram a manifestação propícia à vida:
a "parede gravitacional" de Júpiter, a posição da Terra em relação aos outros astros e sua densidade gravitacional beirando a 9,8. Todas essas condições propiciaram a evolução da vida, e fazer com que nossas crianças entendam isso criará a tal moderação estoica para não se acharem donas do universo - todavia, não quero aqui fazer com que se contentem com pouco, sim aprendam seu devido lugar na vida e no universo.