João Rubinato, ou Adoniran Barbosa em Saudosa Maloca fala de um barraco de gente pobre em São Paulo demolido e que uma nova construção acontece.
Fico pensando em como o problema da moradia no Brasil é extenso e de longa duração, movimentos como MST e de ocupação buscam tirar pessoas das ruas e ocupar locais abandonados tentando fazer o que o Estado não consegue.
Um pouco de história
Antes que alguém diga que defendo a invasão de propriedade, quero dizer que sou a favor de que a moradia seja um direito de todos como está na lei, você que está debaixo de um teto bem ou mal tem um lugar para chamar de seu, um endereço para registrar nas diversas coisas da vida. Se você vai preencher um cadastro para uma vaga de emprego pedem endereço, no médico, na matrícula do filho (a) na escola, o que quer que precise, pedem endereço.
Quem está na rua tem os serviços essenciais negados e o preconceito o julgamento de nossa parte existe o que dificulta ainda mais a situação, o pessoal do Quilombo Campo Grande em Minas Gerais sofreu violência e foi retirado a força, em diversos locais a reintegração de posse ocorre sem uma perspectiva de uma vida digna, o brasileiro tem o sonho, note, o sonho da casa própria.
A favelização existente é muito em decorrência disso, há quem olhe a periferia e ache esteticamente feio aquele emaranhado de casas, uma sobre as outras. O bater a laje tão comum na periferia acontece tanto para ampliar o cômodo, como a família, a falta de recursos faz um filho bater a laje em cima da casa da mãe para ter um teto e chamar de seu.
A ida para as ruas muitas vezes é decorrente de uma falta de estrutura familiar, ou até mesmo revés financeiro, somente no Estado de São Paulo existe mais prédios abandonados do que gente que precisa de moradia.
O despejo é rotineiro em todas as regiões do país, o que leva alguém que deixou um prédio abandonado por 20/30 anos requerer a posse desse prédio cheio de famílias? Ou uso de terra como no Quilombo Campo Grande?
É necessário pensar de que forma atender essas famílias que ocupam esses locais, a Maloca, o casebre o barraco, ou o prédio ocupado e atender de forma digna. Pensar em como acolher as pessoas não é ser comunista é ser humanista.