Escrevi esse poema concorrendo uma vaga de publicação na editora Chiado Books que tem sua matriz em Portugal e sede no Brasil assim como a distribuição de seus exemplares em todos os países lusófonos. Na época não consegui publicar por essa editora visto que não tinha condições financeiras para realizar uma campanha de marketing que impulsionaria as vendas, uma imposição da editora.
Atualmente esses financiamentos são práticas comuns entre editoras. É compreenssível pois quem garante a venda dos exemplares? Qual empresa quer perder dinheiro sem garantia de algum retorno? O que faz uma editora ter credibiliadade na sua escrita? Além de engajamento me parece que ser conhecido de uma forma positiva também influencia nas vendas de seus livros. O trabalho conjunto entre marketing pessoal do autor, lives e/ou encontros presenciais a respeito do livro, da vida do autor e a divulgação nas redes sociais substituiram a obra de arte em sua essência, escrever não basta mais.
Escrever não basta, precisa sair da introspecção mas e quem não consegue botar a cara na tela?
UM PÁSSARO
Quando há espaço
para o sonho, o que
realmente importa?
Você se considera livre?
Ou és um “fecha porta”?
Não um porteiro, ou La Consierge
mas aquele que cuida
da gaiola.
Um dia...quem sabe…
buscar o alimento,
fazer um ninho.
Esquecer o Alpiste oferecido,
a água no bebedouro fresca
escapar de mansinho.
Ou quando ele menos esperar
as asas baterão em direção
aos céus.
Esse humano não sabe ser livre
e quer todos como ele:
Trabalha no sonho de consumir
sem tempo para dormir.
Sabe aquela camisa
que você nunca usou?
Então...dentro do armário
apodreceu. É como meu canto.
Um berro de socorro
de dentro da prisão
e por mais que digam
canção, é mais honesto
aquele palavrão.
fonte foto: www.pexels.com de Karen K