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Constelações: os bairros do firmamento celeste

Ao olhar para o céu, vez ou outra nos deparamos com padrões de estrelas conhecidos da cultura popular, e não raro escutamos que “tal conjunto forma a constelação de Touro”, ou que “estrelas X e Y estão na constelação de Leão”, por exemplo.

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Mas afinal, o que é uma constelação?

Para os mais leigos, constelações podem ser definidas justamente como esses padrões de disposição das estrelas no céu, e que faz parecer que elas estão próximas entre si, concentradas em certa região. É comum que esses padrões formem figuras imaginárias, desenhos ao estilo “ligue os pontos”, e que muito comumente eram associadas às mais variadas histórias mitológicas de diferentes culturas antigas.

Atualmente, acredita-se que os registros mais primitivos de marcações astronômicas feitas pelo ser humano, sugerindo uma noção arcaica do que hoje chamamos constelação, datam de cerca de 17 300 anos atrás! Tratam-se de pinturas rupestres encontradas nas paredes das cavernas de Lascaux, no sul da França. Ali, acredita-se que o ser humano primitivo tenha desenhado na pedra sua visão do céu noturno, indicando a presença das Plêiades (na Figura, o conjunto de seis pontos agrupados no canto superior direito) junto com um outro conjunto próximo, conhecido como Híades (os quatro pontos enfileirados no canto inferior esquerdo). Hoje, sabemos que as Plêiades e as Híades formam o que chamamos de aglomerados estelares.

Originalmente, as constelações eram definidas de uma maneira pouco formal, baseado no padrão que as estrelas pareciam formar no céu. Ao longo do desenvolvimento da ciência, a Astronomia moderna tratou de formalizar a ideia de constelação, em prol de uma melhor localização dos diferentes objetos celestes que eram observados e catalogados. Assim, passou-se a chamar constelação a uma região particular do céu, dentro da quail um conjunto de estrelas aparenta estar agrupado.

  • É bom entender a palavra aparente, aqui: na realidade, duas estrelas vistas uma ao lado da outra não significa que estejam, de fato, mais próximas. Essa proximidade é apenas visual, pois ao olhar para o céu, nós não temos noção de profundidade.

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Atualmente, existem 88 dessas regiões catalogadas pela União Astronômica Internacional, separadas entre si em áreas de perímetros com recortes delineados, formando espécies de “bairros” construídos sobre o firmamento. A figura a seguir ilustra essa ideia, destacando (em branco) a região pertencente à constelação de Órion. Muitas dessas constelações (48, para ser exato) seguem os nomes dados segundo o antigo Zodíaco grego, pois estão baseadas nos registros de um importante nome da astronomia do período helênico, o matemático e astrônomo Claudio Ptolomeu (100 d.C-170 d.C). As outras 40 constelações foram adicionadas ao longo dos séculos XVI e XVII, fruto de observações do céu do hemisfério sul da Terra feitas por astrônomos, cartógrafos celestes e navegadores que se aventuraram por essa região do globo.

Seguindo essa concepção mais científica, uma constelação não é definida pelo padrão das estrelas em si, mas pelos limites determinados pelas coordenadas celestes. Uma mesma constelação pode encerrar vários conjuntos de padrões estelares.

Dentre as 88 constelações registradas, cada uma se destaca por peculiaridades diferentes, que vão desde:

  • O brilho aparente das estrelas que as compõem: a constelação de Cão Maior, por exemplo, é muito famosa pela presença da estrela Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno;
  • A presença de formações conhecidas da cultura popular, os chamados asterismos: as Três Marias seja, talvez, o asterismo mais famoso na cultura brasileira, e compõe o que é conhecido como cinturão de Órion;
  • Suas dimensões. A maior constelação da esfera celeste, em termos de área, é a Hidra, enquanto a menor é a constelação da Cruz, popularmente conhecida como Cruzeiro do Sul, destacadas na figura abaixo.